domingo, 1 de fevereiro de 2009

chama a funai que o programa é de índio!

era pra ser simplesmente um domingo pra aproveitar o sol banhando-se em um dos poços maravilhosos que a região tem a oferecer. entretanto, acompanhe comigo nesse diário de bordo como as coisas saíram de controle e o domingo acabou virando uma frustrada road tripping pelas regiões serrana e litorânea do estado.

08:00
eu acordei por volta das 8 graças a uma guerra contra um mosquito travada ainda no travesseiro (guerra que eu venci dando um tapa na própria orelha, rs). como ainda era muito cedo e não tínhamos planos de madrugar no poço, fiquei por um tempo ouvindo um pouco de iron & wine no pc e aproveitando pra despertar por completo. liguei pro diego por volta de 8:40, acordando-o e marcamos de sair dali a algumas horas.

09:25
encontrei com marcinho em frente à locadora e, pra variar, diego ainda não havia chegado. pra quem não conhece diego, vale lembrar que pontualidade nunca será o forte o dele. marcinho comprou um bono pra comermos enquanto o esperávamos e eu já deixava bem claro que estava totalmente duro e ia passar o domingo inteiro na aba deles (rs). alguns muitos minutos depois ¬¬' diego finalmente chegou e partirmos para cachoeiras de macacu, local traçado como itinerário desde o dia anterior.

cachoeiras de macacu
população: 53765
área 956 km²


ao lado, mapa do trajeto de nova friburgo, legendado como ponto A, a cachoeiras, legendado como ponto B. são 38,8 km de distância e a viagem dura em torno de 39 minutos.

10:15
quando chegamos a cachoeiras, diego cismou que sabia um caminho para um poço deveras fodástico escondido em meio à mata. seguimos a rua que ele indicou e tudo que encontramos foi uma estação de tratamento de água. okay, sem stress (ainda!). descemos de volta a rua barrenta e, depois de uma passadinha numa padaria local para comprarmos pão, queijo, presunto e bebidas, seguimos para o tal poço do menino preto [?].

10:50
cachoeiras de macacu é cortada por um rio enorme e, em muitas partes de sua extensão, a água empoça, tornando-se pontos aptos para o banho e o nado. o tal poço do menino preto nada mais é que uma grande quantidade de água empoçada: a areia é mínima, há algumas pedras e uma certa correnteza. diego foi o primeiro a pular na água enquanto eu molhava apenas as canelas (rs). diego havia jurado que o poço era praticamente deserto, o que cogitamos ser verdade quando chegamos lá e vimos apenas um pai brincando com seu filho pequeno. marcinho acabou entrando na água também e aos poucos, molhando as pernas na correnteza gentil da água, senti que o domingo tinha tudo pra ser formidável. entretanto...

11:30
... o poço vazio do diego não demorou a receber mais visitantes: um grupo de 5 pessoas que começou a pular das pedras altas, a nadar numa bóia e a escalar as pedras próximas do rio. e, de alguma forma, parecia que elas estavam fazendo tudo aquilo para se mostrar pra gente. inconscientemente nos tornamos platéia das estripulias aquáticas das moradoras locais. não demorou pra chegar outro grupo de banhistas... e outro.. e, em poucos minutos, o poço indie do diego (como ele mesmo denominou) virou um verdadeiro piscinão de ramos. ¬¬'

12:05
anti-sociais convictos que somos, decidimos encontrar um lugar mais privado pro nosso domingo. seguindo pela beira do rio na direção contrária à correnteza, subimos até achar outro lugar apropriado para o banho. contudo, é uma pena não ter uma foto pra mostrar que o lugar parecia um pântano. enquanto eu e diego caíamos na gargalhada, marcinho atolava o pé na água barrenta, mosquitos davam um voo rasante na água parada e o capim florescido ao nosso redor fazia nossas pernas penicar. não havia jeito, precisávamos sair à caça de um outro poço.

12:25
uma conversa à beira do asfalto (o momento em que tudo desandou e o domingo virou programa de índio):

diego:
vamos pra sana, poxa.
raphael:
tá doido? olha que horas são. a gente vai chegar lá e ter que voltar, não vai dar tempo de fazer nada.
marcinho:
e no jornal marcou chuva pra hoje à tarde.
diego:
não vai chover nada, olha lá, o céu está azulzinho.
marcinho:
pô, se a gente for a uns 100km/h a gente tá lá por volta de 2 horas. dá pra aproveitar bastante.
raphael:
bem que a gente podia arranjar uma paradinha lá, hein?
marcio:
eu empresto dinheiro pra vocês, mas eu não quero, não.
(momento de reflexão)
raphael:
okay, vambora então.

pequena nota: a tal paradinha citada na conversa nada mais é que capim-limão pra fazer chá.

12:30
três descamisados, um carro em altíssima velocidade e o rádio tocando o silêncio que precede o esporro do rappa no último volume. o que isso te lembra?

sim, esse foi um verdadeiro momento leleske. vide foto ao lado pra comprovar de que isso realmente existiu, porque quem me conhece pode duvidar de que eu fui parte disso. até a camisa do marcinho com o rosto do bob marley ornamentando o fundo da foto se encaixa perfeitamente na falta de bom senso momentânea que nós 3 tivemos (rs). mas poxa, deixa eu brincar de ser feliz: leleske por um dia, eu fui! i-hiii (mini-hang loose pra comemorar).

sana
sana é um lugarejo bucólico longe dos centros urbanos do rio de janeiro, localizado na serra de macaé e cortada pelo rio sana. (informações sobre população e área não encontradas).

na foto abaixo, mapa do trajeto entre cachoeiras de macacu (ponto a) a sana (ponto b). são 84,4 km de distância e aproximadamente 1 hora e 15 minutos de viagem.


14:40
depois de uma exaustiva viagem pela estrada serra-mar, avistamos a entrada de sana. um caminho de terra ao lado de um belíssimo e turbulento rio me lembrou em alguns momentos as terras de macondo, onde os buendías foram fadados a cem anos de solidão. e eu queria ter muito mais pra falar de sana, mas infelizmente eu não posso: marcinho, à direção, não parou no lugar e continuou seguindo a estrada cheia de pedras, arranhando o fundo do carro e sujando-o de barro. quando nos demos conta de que não estávamos mais próximo de civilização alguma, já era tarde. a estrada, maltratada pela erosão e pelas últimas chuvas torrencias, tornavam uma volta quase impossível. tínhamos que continuar seguindo em frente até chegar em frade, outros dos destritos de macaé.
veja nas fotos abaixo a condição da estrada de sana para frade. ¬¬'

15:50
quando encontramos uma única viva alma no meio daquele nada barrento, veio a temerosa notícia: precisámos ir para macaé, pegar a estrada para rio das ostras e então fazer todo o trajeto de volta para friburgo. eu até que tentei, mas não pude conter o mau-humor que tomou conta de mim pelas próximas horas. acabou sobrando pro diego: de 2 em 2 minutos eu soltava um palavrão cabeludo pra caracterizar a pessoa dele (rs). a foto ao lado mostra bem o mau-humor estampado no meu rosto.

no mais, foram horas divertidas dentro do carro do marcinho. por volta das 17:30 estávamos em macaé, às 18:20 uma passadinha na praia costa azul de rio das ostras e depois o caminho de casa. por volta de 19:30, finalmente, eu colocava os pés cansados dentro da minha casa.

mesmo com todas as presepadas e mudanças de planos, foi um domingo deveras divertido. e, principalmente, foi um dia pra fazer algo que eu não fazia há tempos: ficar perto desses dois caras que são tão importantes na minha vida.
quando é a próxima aventura, hein? =)


créditos:
mapas: google maps
dados das cidades: wikipédia

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