domingo, 11 de janeiro de 2009

the state that i am in.

surpreendam-se: eu estou bem pra caralho!

eu sei que na maioria das vezes quando você abre esse maldito blog, o título do post já sugere o que estás prestes a ler: um bando de reclamações do quanto a vida é ruim, que ninguém me ama e bla bla bla etc e tal (by ágatha). mas neste exato momento, há uma calmaria dentro de mim quase palpável, deliberadamente estampada em meu rosto, oculta na falta de traços carrancudos ou nas linhas de expressões que caracterizavam meu mau-humor já inerente. calma pessoal, eu ainda não virei um ursinho carinhoso, mesmo que eu tenha excedido a quantidade de pêlos necessários para tal façanha (rs). aquele mau-humor saudável regado a sarcasmo e temperado com ironia irá me acompanhar até que a luz branca venha me buscar. o que faz-se ausente a partir de agora é aquele rancor cancerígeno que estava me consumindo devagar, ou aquela ansiedade utópica de ver todas as coisas se encaixando perfeitamente entre o curto período do crepúsculo ao amanhecer, através de pura magia ou através do alinhamento dos planetas. eu finalmente me contentei com a verdade irrevogável de que as coisas acontecem no seu devido tempo e de que somos os arquitetos de nossas próprias vidas: é nossa decisão se faremos dela um barraquinho mal alicerçado ou uma suntuosa mansão com 19 quartos e 32 banheiros (rs). e, sei lá, a partir de agora eu quero fazer da minha vida o melhor que eu puder. quero deixar pra traz a raiva, a mediocridade e a falta de perspectiva e quero encontrar em algum lugar oculto a intensidade que não me permiti nesse primeiros 23 anos de vida. quero simplesmente alçar voo, abrir as asas e sentir o vento da liberdade sussurando sua canção aos meus ouvidos.

pra quem lida comigo na vida cotidiana, essas palavras podem parecer inverdades escancaradas camufladas em desejos de mudanças reprimidos. eu sei o quanto eu posso parecer patético às vezes cobiçando pessoas que não posso ter, vivendo vidas cinematográficas como se fossem a minha própria, elaborando tramas efêmeras pra salientar minha convicção sobre a sexualidade das pessoas e assim, alimentar falsas esperanças. eu tenho absoluta ciência do quanto soo estúpido falando de minhas paixões platônicas por desconhecidos e demonstrando minha impaciência com a demora conveniente de encontrar uma pessoa que completará a última lacuna que falta a ser preenchida na minha lista de prioridades. não obstante, caros amigos cotidianos, essa tal pacificação interior a qual me refiro não tem nada a ver com a falta de uma pessoa que me complete. eu aprendi obrigatóriamente a dividir essas duas partes tão tênues do meu estado de espírito atual: uma é a pessoa que eu sou como indivíduo independente e essa é a parte que está muito bem, obrigado. enquanto a outra parte... bem, deixa isso pra lá por enquanto.

o objetivo desse post em questão é corrigir um terrível mal-entendido: as pessoas que me amam têm se permitido a sentir pena de mim por eu ter andado tão solitário ultimamente. eu aprecio a compaixão e preocupação de vocês todos, mas está nas entrelinhas: eu estou bem, gente. se vocês me virem andando pelas calçadas de friburgo com fones no ouvido cantarolando baixinho, não haverá qualquer sinal de tristeza nesse ato. eu aprendi a ser sozinho. às vezes dói um pouco, como uma fisgada abrupta ou um corte superficial na pele, mas nós temos o poder de nos acostumar com esse tipo de coisa. e não trata-se de auto-suficiência, mas sim de aprender a contentar-se com o que se tem às mãos. e, confesso humildemente, em certos momentos, a minha própria companhia basta.

Um comentário:

Unknown disse...

Eu vou acabar virando fão do seu blog!!!
(se é q isso já não aconteceu, né???)

É muito bom poder ler textos tão bem escritos e que descrevem momentos e constatações tão simples, e ao mesmo tempo tão sublimes... ...

Parabéns, Raphael!!!

ASS: Tarcísio Moraes