quarta-feira, 12 de novembro de 2008

e agora o que sobrou? um filme no close pro fim.

as coisas na vida tem o seu momento exato pra acontecer, agora eu percebo. se a gente age um pouquinho antes da hora, corre o risco de ser precipitado. se a gente espera mais do que devia, corre o risco de destruir toda a magia de algo que estava a ponto de acontecer. acreditem em mim, o timing faz toda a diferença.

não faz muito tempo, mas eu já sinto uma saudade íntima do começo de tudo; das primeiras vezes em que você foi à loja, dos primeiros olhares, dos chocolates repetidos e dos sorrisos abobados. lembro-me como minhas mãos tremiam quando eu te atendia, das coisas que passavam pela minha cabeça, dos comentários e conversas com gustavo e daquele friozinho na barriga proveniente da dúvida de saber se estava realmente acontecendo alguma coisa ou se era tudo uma ilusão da minha cabeça. acima de tudo, me causa nostalgia lembrar de quanta esperança se apossou do meu peito enquanto tudo aquilo estava acontecendo; a esperança de que talvez estivesse chegando o momento de finalmente dividir minha vida com alguém.

eu me entreguei aos poucos àquela esperança. gustavo sempre me dizendo pra manter os pés no chão, parar de cair de cabeça nas pequenas sutilezas emanadas por você, mas já não tinha mais volta, eu estava envolvido. decidido, acabei tomando atitudes como descobrir seu nome, te achar no orkut, passar meu msn e fui recompensado com um convite para sair. a noite não saíra como eu planejara, mas houve ali sutis sinais de que eu devia manter a chama da esperança acesa por mais um tempinho, que não estava tudo perdido ainda e que eu não havia me enganado a tal ponto. dias depois, já desesperado, acabei assumindo pra ti e, mesmo assim, agira como se não houvesse nada entre a gente. pra completar, conseguira destruir ainda mais minhas esperanças quando me pediu pra conversar com uma pessoa que faz parte de um passado que não me convém mais, o que abriu espaço em minha cabeça pra imaginar conspirações miraboladas pela mente de tal pessoa, que ainda hoje vigia minha vida como um paparazzi atrás da amy winehouse (rs).

era hora de voltar ao mundo real e confesso que não foi tão fácil assim. na situação em que eu me encontrava, eu precisava me prender em qualquer coisa que mostrasse que podia haver alguém pra mim nesse mundo e tudo o que eu conseguira com esses meses de expectativa foi outra decepção. tive mais ou menos uma semana de fossa, fiquei na minha, cabisbaixo, até mesmo um pouco depressivo. mas as coisas se acertaram dentro de mim e, aos poucos, me senti confortável com a idéia de que seríamos simplesmente amigos agora.

entenda que você teve todas as chances do mundo, porque eu estive ali o tempo todo esperando por aquilo. não venha me falar de medo, porque eu mandei todos os sinais possíveis e impossíveis pra que você percebecesse o que estava acontecendo dentro de mim. e quando finalmente aconteceu, o álcool nos ajudou a manobrar a situação com perícia e juro que não me arrependo de nada. mas o dia seguinte, com a cara amassada pela ressaca mostrou exatamente com o que estávamos lidando: meus sentimentos já eram outros e agora, despido dos óculos que me mostravam você de uma forma poética, sobrara apenas o que éramos realmente. e tivemos a pior semana do tempo que passamos juntos por causa disso, por finalmente ver de verdade quem éramos e perceber que éramos incompatíveis diante de nossas expectativas.

a verdade é que eu não posso regredir no tempo e voltar a ser a criança que você quer que eu seja. tampouco você pode amadurecer de repente e se tornar a pessoa que eu preciso do meu lado agora. portanto, não há saída.

"deixa ser como será. tudo posto em seu lugar (...)."

Los Hermanos - Retrato pra Iáiá

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