quarta-feira, 24 de setembro de 2008

o depoimento perdido

no último domingo, depois do almoço, eu, filipe, gustavo e ágatha fomos à casa do diego dar uma força a ele, já que ele está passando por uma situação complicada e difícil. o domingo, de muitas formas, seria estranho porque todos estavam meio estranhos e nem uma boa cerveja no sob medida conseguiu resolver o problema. mas eu gostaria de sublinhar uma pequena conversa que aconteceu ainda no quarto dele:

estávamos conversando sobre o problema do diego, tentando dar uma força para ele, quando gustavo disse para mim:

- conta pra ele.

eu olhei para a cara do gustavo, sério, e retruquei:

- cara, essas coisas não são assim. não se fala essas coisas do nada.

e então o diego, atento à conversa, revelou:

- vocês acham que eu não sei?

e explicou que depois de ter visto esse humilde blog tinha ligado os pontos e percebido a verdade diante de tudo. tudo bem para mim até aí; ainda tentaram me fazer dizer com todas as letras, porque parece que eles apreciam ouvir a coisa ser dita em bom e alto som (rs), mas eu não o fiz. e então gustavo disse de repente para o diego:

- viu só? e quando eu e ágatha dissemos a vocês que estávamos suspeitando, vocês disseram que ele tava tentando aparecer com esse blog porque estava sozinho e todo mundo estava namorando.

okay, essa parte não foi muito legal.

o ano de 2008 tem sido um ótimo ano, cheio de novas experiências e novos horizontes. contudo, nos meses que antecederam o nascimento deste blog, eu vivi um período de introspecção que estava me machucando por dentro, em silêncio, sem que ninguém (além da bia, a única pessoa com quem eu conversava sobre o assunto na época) pudesse ver. eu senti pela primeira ver o que é ser uma pessoa infeliz e a perspectiva não foi das mais agradáveis. num domingo, daqueles cinzentos e depressivos, me coloquei na frente do meu pc e comecei a escrever aquilo que eu não tinha a quem falar. tinha medo de falar com meus amigos, talvez receiando uma recepção negativa e também pela distância que andava se alargando entre a gente. e foi graças a esse blog, acusado de ser uma ferramenta para aparecer, que o gustavo veio a mim, perguntou o que estava havendo e nos aproximamos mais do que nunca. esse blog foi o caminho para resgatar uma coisa que estava se perdendo aos poucos, lentamente.

então, me magoou um pouco saber que expressar meus pensamentos se tornou um jeito de aparecer. mas, diego, agora falando pra ti cara, você disse que nós estamos estranhos, diferentes. cara, o mundo não parou enquanto você esteve fora. pelo contrário, muita coisa aconteceu aqui. e pensar que você chegou ao ponto de pensar uma coisa dessas de mim me faz acreditar que você não só perdeu o nosso amadurecimento (que foi uma fase bem bacana, diga-se de passagem): acredito que você, aos poucos, também estava esquecendo as pessoas que éramos. porque eu sempre lidei muito bem com o fato de estar sozinho e se todos meus amigos estavam namorando e felizes, a minha atitude não seria tentar aparecer com um página na web. a minha atitude sempre foi ficar feliz por todos vocês, como eu disse a ti algumas muitas vezes.

o blog continua aqui. a fase tempestuosa passou, as pessoas que precisavam saber já sabem e, se o que eu queria era aparecer, já deveria ter deletado esse blog. mas eu não quero aparecer, não. eu quero poder expressar meus sentimentos da maneira que eu melhor o consigo: escrevendo. e foi assim que uma vez eu escrevi um depoimento pro diego. pra quem não sabe, já que eu falei muito pouco do diego durante esse tempo, nós somos amigos de infância, mas tivemos alguns problemas imbecis e infantis durante a adolescência e paramos de nos falar por mais de um ano. quando voltamos, a coisa sempre foi um pouco estranha. brigávamos em silêncio, sabe? parávamos de nos falar sem motivo, tinha dias que eu o ignorava sem motivos, coisas estúpidas demais que sempre tinham início por minha causa, porque eu era o temperamental da dupla. mas chegou um dia que prometemos um pro outro que não deixaríamos mais aquilo acontecer. e eu meio que selei esse pacto com um depoimento. eu lembro que escrevi esse depoimento chorando, porque significava um bocado para mim dizer aquelas palavras.

eis, na íntegra, o que o depoimento dizia:

Esse talvez seja o depoimento mais difícil que eu vou ter que fazer ateh hoje, porque eu nunca fui muito bom pra expressar minha amizade por você... Mas eu vou tentar... se sair meio sem sentido, depois me pergunte q eu explico-te, beleza?

Cara, eu te admiro... eu não sei se eu já disse isso alguma vez na minha vida, mas eu te admiro... você consegue ser o que eu não sou sabe? Você tem o jeito q eu nunca conseguiria ter... tu és compreensível pra caralho, calmo, tem uma inocência diferente e um jeito de ver o mundo próprio... você é companheiro pra cacete, tá sempre aí quando a gente precisa e isso é uma qualidade que eu admiro demais nas pessoas...

E eu me sinto a pessoa mais idiota do mundo por tudo que eu já fiz a você num passado não tão distante... me sinto um babaca, um verdadeiro otário por ter tratado mal uma pessoa que sempre me quis bem e q sempre foi meu amigo, não importa o q eu fazia ou o modo como eu agia... está aí mais uma qualidade sua: você perdoa as pessoas e não deixa coisas pequenas entrarem no caminho, sabe? mais uma coisa que torna você a pessoa linda q você é....

Então, antes de ser um depoimento ou uma confissão, isso aqui é um pedido de desculpas... por todas as coisas estúpidas que já fiz contra a nossa amizade.. e se não fosse você e seu jeito tão mais bonito de ser que o meu, acho que não teríamos suportado... você sustentou nossa amizade cara.. e eu te agradeço por isso... porque perder sua amizade de novo seria uma das coisa mais estúpida que eu teria feito na minha vida....

é isso... estou me sentindo bem de ter conseguido dizer tudo isso....

Eu te amo cara... e não mude seu jeito de ser nunca viu? Porque você é uma das pessoas mais bonitas q eu conheço.

esse depoimento não existe mais na sua página do orkut porque você o deletou. na verdade, olhando ele de novo hoje, vejo que tem coisas ali nas quais não acredito mais. talvez seja até conveniente ele não existir mais. mas há uma coisa na qual nunca deixei de acreditar: na nossa amizade. e eu te amo pra caramba, cara, não pense o contrário. e se esse post soou rancoroso, me desculpe. eu só queria que você soubesse como me sinto às vezes, quando suas atitudes aparentemente inofensivas, como deletar um grupo de palavras do seu orkut, podem magoar uma pessoa.

você é o homenageado da semana do meu blog, okay? posto merecidíssimo por todos os bons momentos que já passamos juntos e que ainda iremos passar durante nossa vida. e precisando de mim, você sabe onde eu estou, né? é só me procurar que eu estarei por perto.

abraços irmão.

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