terça-feira, 10 de junho de 2008

"oi lienda, bella che fa?"

ela jurava de pés juntos que o surfista - e cantor nas horas vagas - jack johnson havia escrito essa música única e exclusivamente pra ela, como se ela fosse a musa inspiradora de todos os compositores havaianos. foi nessa onda de absoluto egocentrismo que ela entrava na minha vida: ana beatriz, a minha bia. =]

nós nos encontramos há pouco mais de 2 anos por mera coincidência numa comunidade do jack johnson no orkut. na época, éramos ambos fanáticos pelo som do cara e eu procurava por um lado-b. e eis que ela surgiu cheia de boa vontade - o que foi uma dádiva divina para nos unir, porque boa vontade, infelizmente, não é o forte da personalidade dela (rs). trocamos msn e, durante trocas diárias de músicas, percebemos que nossa afinidade ia muito além de violões doces e letras açucaradas: tínhamos personalidades e pontos de vistas parecidos e a afinidade foi cada vez crescendo mais. gastávamos horas na internet juntos, até altas horas da madrugada, conversando, rindo, implicando um com o outro... afirmando veementemente que eu era sua versão masculina e ela minha versão feminina.

durante esse dois anos que nos conhecemos, certas coisas mudaram, outras permaneceram intactas; ambos fomos pegos por uma onda de amadurecimento e, aos poucos, deixamos a música superficial de outrora pra procurar melodias e letras mais profundas. bia se achou no post-rock e suas bandas-islandesas-que-inventam-dialetos-próprios; eu fiquei com o indie e suas-bandas-depressivas-me-ama-ou-eu-me-mato. às vezes as divergências de opioões são inevitáveis, mas na maioria das vezes apresentamos tais bandas um para o outro e mantemos a compatibilidade do last lá no alto. outra coisa que sofreu mudanças no decorrer do tempo foi o centro de nossas conversas: é bem verdade que 75% do que a gente fala é música, filme, livros ou coisas irrelevantes. mas de vez em quando, de súbito, a gente se pega falando da vida, da morte, de medos, do futuro, de relações, de sexo, dos nossos pais, de nossas crenças, nossas opiniões e opções... de vez em quando a gente finge ser adulto e com mais ninguém nesse mundo eu consigo ser tão transparente e verdadeiro.

mas houve uma época em que eu estava tão fechado, tão profundamente escondido na minha concha que nem a bia conseguia entrar. nossas conversas no msn, acostumadas com papos de milhões de caracteres não passavam de cumprimentos e um breve comentário sobre o último álbum ouvido. a culpa disso foi minha, que achava que devia passar pelo o que estava passando sozinho. até que numa noite uma lampejo de luz iluminou meu caminho e meu interior me disse imperativamente: "hey idiota, o que você está esperando pra contar para a bia?". respirei fundo, tomei fôlego e fui eu. e ela recebeu tudo com a maior naturalidade do mundo, me dando a conversa que eu tanto estava precisando há anos. tornou-se de repente o meu oásis, o único lugar do mundo onde eu podia ser eu mesmo sem medo de repressões e sem precisar atuar aquele personagem que eu já estava tão de saco cheio. você, de certa forma, de libertou, bia. e nada nesse mundo pode pagar essa sensação que você me proporcionou.

há 2 anos atrás, num extinto blog que eu possuía na época, escrevi palavras de aniverário para você também. é até engraçado estar de novo fazendo a mesma coisa, mas numa perspectiva bem diferente: se naquela época começávamos a construir uma amizade com certa insegurança se seria uma coisa firme e sólida, hoje escrevo com a tranqüilidade de saber que você fará parte da minha vida para sempre. não por ter sido a primeira, não tem nada a ver com isso. isso é mero detalhe perto da importância de todos os outros momentos, risdas e conversas que tivemos. nossa amizade é pra sempre simplesmente por ser o que ela é. e se a geografia é problema pra alguns, a gente tira isso de letra, né não? não vão ser alguns quilômetros que vão nos atrapalhar e estar cada dia mais unidos e cúmplices um do outro.

esse post ia terminar de uma forma muito inusitada: eu pretendia fazer um vídeo CANTANDO saeglopur para provar a você que sua amizade é tão importante para mim que, por você, aprendo até a falar o hopelandic. por motivos de força maior, (in)felizmente o plano teve que ser abordado. termino aqui então com a singela mensagem de que, não importa a estrada que nossas vidas seguirem, eu vou estar bem próximo, seguindo junto contigo, beleza?



feliz aniversário, mulher da minha vida. S2

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